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Como profissionalizar os negócios familiares rurais?

  • Foco Rural
  • 11 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

O grande desafio para o grupo familiar que trabalha em sociedade é construir um ambiente que atenda aos interesses de todos os participantes, superando a condição de sociedade imposta pelo fato de os sócios estarem ligados por relações familiares, e seguir para uma sociedade construída na qual os sócios desejam pertencer pela forma como foi estruturada e organizada.

É natural que entre os membros de uma família que trabalhem juntos existam momentos onde se misturam as relações entre família, trabalho, negócios e patrimônio. Cabe aos mesmos organizar para que cada coisa aconteça a seu tempo e no momento adequado, evitando discutir assuntos relacionados à sociedade e aos negócios no almoço de domingo, um programa voltado a integração e confraternização da família. Esta relação muito próxima entre trabalho x família x patrimônio, quando não for bem organizada, pode ser desencadeadora de conflitos.

O principal instrumento do processo de organização de uma sociedade é o acordo societário. Esse acordo é um documento construído a partir dos interesses coletivos dos sócios e que tem como objetivos regular os direitos e deveres de cada um, representar a vontade das partes em relação a determinados assuntos, ser um instrumento de administração da sociedade capaz de antecipar conflitos, gerar e exigir compromissos dos sócios e regular as formas de entrada e saída da sociedade. O Acordo de Sócios serve para qualquer condição de sociedade familiar, pois a organização independe do tamanho do negócio, o que pode mudar é a complexidade do acordo, que pode ser mais simples ou mais elaborado.

Entre os itens que compõe um acordo societário temos:

Transações entre sócios. Objetivo é regrar as condições em que se dará qualquer negociação entre sócios, em especial à venda de participação na sociedade.

Políticas de investimento, reservas e distribuição. Busca-se estabelecer os objetivos da empresa em relação ao que fazer com as sobras resultantes da produção, estabelecendo critérios para novos investimentos, formação de reservas para épocas difíceis e distribuição de lucros entre os sócios.

– Remuneração capital/trabalho. Definir claramente a forma de remuneração dos sócios que trabalham na empresa e daqueles que são somente donos do capital mas atuam em outros negócios. Esse ponto é um dos mais importantes para minimizar os problemas nas empresas familiares. Normalmente, quem fica administrando os negócios não faz retiradas mensais a título de remuneração do trabalho, esperando uma compensação futura dos demais membros da família. Esse acerto futuro é sempre uma complicação, pois existe dificuldade de estabelecer os critérios para se chegar a um valor aceito por todas as partes.

– Uso de bens e serviços da empresa pelos sócios. Esse é outro problema comum que deve ser contornado com regras. Muitas vezes os sócios/familiares utilizam a estrutura disponível na empresa em benefício próprio, sem contrapartida de remuneração para os demais.

Empresas de sócios ou familiares que prestam serviços a empresa. É importante que se estabeleçam regras para que a sociedade utilize serviços ou estabeleça relações comerciais com empresa de um dos sócios, o objetivo é que não ocorra privilégios e sim uma relação comercial proporcional ao que ocorreria com qualquer outro fornecedor.

Aval pessoal. Esse ponto é quase uma unanimidade nos tempos atuais. Para segurança do patrimônio da família, nenhum de seus membros deve conceder aval para terceiros.

Sucessão na sociedade. Esse item do acordo objetiva estabelecer os princípios a serem seguidos na definição da linha sucessória da empresa, antecipando possíveis conflitos que ocorreriam no momento do inventário e consequente definição dos novos gestores do negócio.

Sistema de Controles Gerenciais. Compreende os procedimentos e ferramentas a serem utilizados pela sociedade para prestação de contas dos administradores aos sócios. O objetivo deste item é dar transparência especialmente na área de gestão financeira, além de suprir os sócios de informações que auxiliam na tomada de decisões.

Quanto estabelecemos regras de organização da sociedade estamos evitando que cada sócio crie suas próprias convicções sobre os assuntos da empresa, criando um ambiente confuso e propício a conflitos. Dessa forma, a instituição de regras, especialmente através do acordo de sócios, vai ser um passo em direção à profissionalização, garantindo para a sociedade um ambiente alinhado com o sucesso.

No mundo dos negócios familiares nunca se obtém aquilo que se quer e sim aquilo que se combina!



 
 
 

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